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VÃO-SE OS ANÉIS... E OS DEDOS TAMBÉM!


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Vão-se os anéis, ficam os dedos! Será que é assim mesmo que as coisas têm que acontecer?


Trabalhamos, nos esforçamos grande parte do dia e das nossas vidas - anos a fio - para possuirmos tudo aquilo que desejamos. Se o que desejamos é, na maioria das vezes produtos da mídia ou não, é uma outra questão. O importante é a satisfação dos nossos desejos. Tal fato promove aumento na nossa autoestima.

Para tanto, construímos a sociedade, o trabalho e nos unimos em grupos, para garantir o progresso da nossa espécie e este se liga indefinidamente à realização dos nossos desejos. Mas eis que, apesar de todo nosso progresso educacional, científico e do avanço estratosférico das tecnologias, ainda trazemos arraigado em nosso ser, o animal que habita nos porões do nosso processo civilizatório - o mais visível desse animal medonho é a guerra.

Tudo que nos rodeia no mundo atual é fruto de construções e invenções, que o homem vem desenvolvendo durante anos, décadas, séculos de desafios e aprendizagens, para enfim, detonarem uma bomba no meio de tudo - e tudo vai ao chão - produto da anuência que damos a alguns, para matar indiscriminadamente - e aí, destruímos os sonhos de muitos em prol da realização de uns poucos que, armados até os dentes, impõem sua visão de mundo.

Esse homem - fruto da modernidade - que tanto recebeu do processo civilizatório que criou e por onde baseou sua estrutura de pensamento nos princípios da razão, nos leva à violência, ao fanatismo político e religioso e também à exaustão dos recursos naturais do planeta, condenando-se a viver sob os destroços dos edifícios, hospitais, escolas e templos que ele mesmo edificou - pensando no seu bem estar que há de vir, porém, sobre os escombros do mundo.

Neste contexto de fumaça, fogo e assombrações, não temos como enxergar os dedos - encobertos pelo sangue de tantos outros - tampouco haveremos de encontrar os anéis que tanto nos custou em trabalho e suor nem o sorriso da amada, que cumpriria os desejos de beleza e encantamento, que tanto nos custou encontrar.


 
 
 

2 comentários

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Convidado:
29 de out. de 2023
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Sem anéis e sem dedos? “ The horror, the horror!”. Pelos dedos e seus anéis! Parabéns, Fred! Reflexões necessárias ao nosso tempo….

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Convidado:
25 de out. de 2023
Avaliado com 5 de 5 estrelas.

Excelente texto! Vou repensar sempre que for usar esse dito popular agora.

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© 2023 por Frederico Spencer.

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