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- FREDERICO SPENCER

- 6 de jun. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 10 de jun. de 2024

Alguns cientistas afirmam que já entramos num novo tempo geológico no planeta terra, denominado de Antropoceno, momento esse surgido com a revolução industrial.
A palavra Antropoceno vem do grego “anthropos”, que significa humano e “kainos” que significa novo, juntando-os chegamos ao termo novo humano, e o que isto quer dizer? Que a revolução industrial basicamente impôs ao homem, até então agrário e artesanal, um novo modo de vida, lastreada pela produção em série e um novo modelo de consumo.
O processo industrial trouxe em sua base um novo modo de produção de bens de consumo, o qual busca na natureza uma quantidade cada vez maior de recursos para se manter producente.
Ele se caracteriza por três pilares predominantes: o progresso da tecnologia, a multiplicação da produção e do consumo e, por último, o crescimento da população, devido às melhorias da alimentação, saúde e higiene.
É através desta relação entre crescimento da produção industrial versus bens naturais, por onde surgi o período pelo qual os cientistas denominam de Antropoceno, período este onde as ações humanas causam grandes impactos na natureza, interferindo diretamente nas questões climáticas do planeta.
A FLOR DA SOLIDÃO
A floresta é pau
é madeira de dar em doido
que chora sua solidão:
pelo frio das lâminas - também chora
pelos estampidos das “balas avaras”,
pelos chicotes que fazem os sertões,
também chora, pelos alvéolos pervertidos
pela secura da terra, encharcada
de sangue que tinge os sermões.
Chora pelas mãos pesadas dos machados
e das serras no lombo da servidão. É madeira
de dar em doido
a floresta que respira
uma oração.
CONDIÇÕES DO TEMPO
Quando escorrer o último pingo
que seja:
da lágrima,
da água tratada, ou não,
pingar sobre o chão,
e o sol a pino,
fritar todas as réstias e Deus
com seu guarda-sol de corolas
coçar suas costas na vermelhidão:
suas sementes vãs;
as cabras, os calangos e os bois
ainda mugindo
nas gotas deste pirão;
tu ainda sonhas com teu quinhão
na terra seca, teus olhos
encherão teus bolsos de pó,
pedra e carvão - tuas moedas de troca,
então, sem tesão,
todos os santos e santas
e as ladainhas desaparecerão;
seremos só vozes nessa imensidão
e o sol a pino, esculpindo
toda essa solidão.






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